sábado, 20 de setembro de 2014

FILMES 101 a 115.

101) A Severed Head (Uma Cabeça Decepada) – 1971. BRASIL: Amantes Infiéis. Ao ler a sinopse gostei do título brasileiro que tem muito a ver… mas está longe do original. Ao observar o título original, fazendo a tradução real, comecei a rir, pois é uma forma bem divertida de se fazer um resumo para a história. Tá na cara que é filme de Comédia. Para entender o que estou falando vejam a sinopse: casal de classe média aventura-se em relações extraconjugais. Comédia dramática sobre sexo e infidelidade. Portanto, o título original foi muito criativo e até que não ficou tão ruim ao conhecermos a sinopse. Mas para não ficar tão longe do título americano, poderiam ter feito algo melhor no brasileiro, mesmo sendo ‘Amantes Infiéis’ que é bem agradável. Quem sabe até: Cabeça a Prêmio; ou então, Cabeças Vão Rolar. O interessante é que há um Pleonasmo na tradução, pois o verbo decepar só se usa para a cabeça. Qualquer outra parte do corpo é mutilar ou amputar (braço ou perna), sendo assim, cabeça decepada não soa legal, pois se quando se decepa, obviamente estamos falando de cabeça. Mas já observei que nos EUA redundância é a coisa mais natural que existe.

102) Pan (Pan) – 1995. Sinopse: ex-tenente do exército norueguês escreve suas memórias da época em que conquistava todas as mulheres, atraindo para si a ira e a vingança de pais preocupados e maridos traídos. Pan não é uma palavra do dicionário norueguês. Provavelmente pode significar o nome de alguém, de uma interjeição ou tem algum efeito simbólico. Nenhum personagem tinha esse nome. Mas isso não vem ao caso. No Brasil o título ficou um tanto estranho. Pode até parecer poético (neblina = pensamento, lembrança), mas não deixa de ser estranho. BRASIL: Amantes na Neblina. Pode funcionar como título de capítulo de um livro, mas filme???  Poético ou não, mas… na neblina??? Não agradou não.

103) The Country Girl (A Garota do País – ou – O país da Garota… ou seja lá o que for) – 1954. BRASIL: Amar é Sofrer. Não, tradutores, sofrer É ver vocês colocarem o verbo em minúsculo. Preparem-se, pois verão muito o “é” do título sendo minúsculo. Isso é VERBO, não artigo. Em títulos somente artigo e algumas preposições ficam minúsculas. Porém, não é um erro do título do filme, pois lembrando que nas capas dos DVDs e até mesmo nas propagandas, os títulos ficam maiúsculos. Este erro veremos muito tanto no Guia de DVD quando no site em que começarei a pegar os filmes quando acabar o Guia. Vou até começar a contar os “é” agora que estou atualizando. Este será o 1º. Sinopse: cantor decadente e alcoólatra tenta voltar à cena com ajuda de diretor da Broadway. Típica história de valores humanos, esperança, recuperação moral e profissional, bem aos moldes lacrimosos da época – Só assistindo mesmo ao filme para entender esses dois títulos, pois na sinopse não deixa a entender que há um caso amoroso. Apesar dos pesares, além da distância enorme de títulos, já que ambos são vagos, prefiro ir pelo original, nem que seja com um título próximo a ele. O original é estranho? Nossa escolha melhor? Não acho. Discordo da ideia da mudança brasileira, independente da trama. Se fosse no original eu ficaria calado, pois o que está em questão é a mudança aqui, daí, para que mudar assim tão dramático?

104) Leave Her To Heaven (Deixá-la Para o Céu) – 1945. Pelo título parece Drama, mas é Policial. Deve ser um daqueles filmes com títulos poéticos. Observe a sinopse: Bela mulher obcecada pelo marido tenta afastar todas as pessoas que possam despertar a atenção dele. Filme perverso e bastante avançado para a sua época, desprezado pela crítica, considerada hoje como um bom filme. – Talvez esse “céu” seja irônico. Já que se refere a algo “poético”, poderiam ter melhorado o título no Brasil, mas como sempre costumo dizer, sem se distanciar do original. Pois é, no Brasil ficou: Amar Foi Minha Ruína. Sério mesmo, esse sim tem cara de Drama, talvez Suspense, mas principalmente, já li muitos livros de Faroeste, e esse título ficou com muita cara de Faroeste. Pra falar a verdade não gostei de nenhum dos dois títulos, mas essa do Brasil, apesar de parecer próximo à história, levou a vários sentidos de gêneros. Alguém lendo isso pode dizer: “1945! O Brasil tinha uma seleta escolha para títulos”. Não convence. Até o filme já era avançado para a época. Títulos típicos da época: dramatizar demais. Até parece coisa de E O Vento Levou.

105) Playing For Time (Tocando por um tempo) – 1980. Sinopse: Duas mulheres formam conjunto de cordas no campo de concentração de Auschwitz e, graças à qualidade de sua música, são poupadas das câmaras de gás durante muito tempo pelos nazistas – De certa forma ela tocavam por um tempo, enquanto os nazistas a mantiveram em cativeiro, ou seja, o título tem tudo a ver com a história, mas o título brasileiro ficou bem diferente: Amarga Sintonia de Auschwitz. O título traduzido ao pé da letra não ficaria ruim e daria sentido à história, sendo que o brasileiro ficou longe do original, mas muito bem criativo referente à história. Interessante é que manteve o nome do campo de concentração. A tradução está errada, mas não devo negar que o título não ficou tão longe assim do original e ainda por cima incluiu Auschwitz. Título diferente… mas gostei.

106) The Glass Menagerie (O Copo Menagerie) – 1987. Sinopse: No final dos anos 30, quatro pessoas vivem seus conflitos dentro de um apartamento miserável. É a terceira versão da primeira peça escrita pelo dramaturgo Tennessee Williams, mas nessa versão, o diretor Paul Newman procurou ser fiel ao texto original. Rsrs… pelo menos o diretor foi fiel em algo ao texto original. Mas no Brasil, fidelidade a filmes não existe. BRASIL: Á Margem da Vida. Só porque retrata a vida de quatro pessoas em um apartamento miserável tem que ter um título desses? Considero até preconceituoso, já que no título original não demonstra preconceito. Não sei o que significaria “O Copo Menagerie”, mas considerando a famosa expressão: “Como você vê um copo pela metade? Quase cheio ou quase vazio?” e levando em consideração que quatro pessoas vivem em um apartamento miserável, cujo pensamento do quarteto era otimista ou pessimista, então, provavelmente o título original se referia a otimismo e/ou pessimismo e concordo que é um título sem graça e não importa se no sentido de pessimismo, porém, muito longe do sentido do título brasileiro: marginalizados, que leva a preconceito pela situação. Detesto esses tradutores.

107) Deliverance (Libertação) – 1972. BRASIL: Amargo Pesadelo. Precisa dizer mais nada, não é? Nem sabia que libertação era considerada pesadelo. O título original demonstra saída de um Drama. Nossos queridos tradutores entraram no Drama.

108) Coming Home (Vindo Para Casa) – 1978. Sinopse: Mulher de oficial ajuda a cuidar de feridos num hospital e apaixona-se por ex-soldado paraplégico – Retrato comovente e realista dos efeitos da Guerra do Vietnã sobre os combatentes que VOLTARAM PARA CASA, em outras palavras e obviamente, COMING HOME. Pena que no Brasil ficou: Amargo Regresso. Só porque o filme é drama precisava dramatizar tanto assim no título??? Por acaso foi amargo esse regresso? Deprimente.

109) Jailbreakers (não existe tradução, mas separados são: jail = prisão; breakers = britadores) – 1994. Sinopse: Nos anos 50, jovem recém-chegada à pequena cidade apaixona-se por motoqueiro que acabara de fugir da prisão – De certa forma há um jogo de palavras no título comparado à trama, mas no Brasil... Ambição Assassina. Bem se vê que além de traduzir estranhamente, eles nem sequer sabem interpretar. A jovem SE APAIXONOU, ela não tencionava ambição com alguém perigoso. Paixão não manda no coração nem na mente. EU ODEIO ESSES TRADUTORES.

110) Dead Presidents (Presidentes Mortos) – 1995. Sinopse: Em Nova York, três amigos alistam-se na Guerra do Vietnã, mas quando voltam condecorados têm dificuldades de serem readmitidos na sociedade, partindo para o crime – BRASIL: Ambição em Alta Voltagem. Só assistindo para entender o porquê do título, mas pela sinopse, não vejo sentido em nenhum dos dois títulos, tanto americano quanto brasileiro. É óbvio que prefiro o título original, mas não nego que é fraco. Fico a imaginar o porquê de usar a palavra “ambição”, além da mais estranha ainda ‘alta voltagem’. Ambição… O QUE TEM A VER???? Sinceramente… essa não entendi mesmo.

111) Honor Thy Mother (Honre Tua Mãe) – 1992. Sinopse: homem morre e esposa fica gravemente ferida após ataque em sua própria casa, recaindo suspeitas sobre os filhos. Telefilme inspirado em casos verídicos. Sendo assim, o título tem a ver com a trama e é excelente!, mas no Brasil poetizaram até demais: Ambição Sem Limite. Aliás… será que dizer que ‘ambição não tem limites’ não soa como Pleonasmo? Quem tem ambição supõe-se não ter limite para se chegar a algum lugar, uai! Cadê a importante informação do original? Transformaram em um suspense clichê.

112) One Cup of Coffee/Pastime (Uma Xícara de Café/Passatempo) – 1991. Sinopse: em 1957, veterano jogador de beisebol faz amizade com novato negro; a partir daí, são hostilizados pela equipe em que jogam – É óbvio que o título está em sentido figurado, em forma poética. Amizades que se reúnem para tomar um café, se divertir com passatempos. Nem sempre sou fã de títulos poéticos, mas se está no original, quem sou eu para reclamar? E confesso que ele soa estranho, porém, dava para adaptar um pouquinho, ajustando as peças. BRASIL: Amizade, Meu Valor Supremo. NOSSA!!! Sério… Quase endeusou a amizade. Tudo bem que ficaria estranho a tradução, mas poderia aproximar o título próximo do original, e teria até uma sugestão: Passando o Tempo Com os Amigos… ou então, Tomando Café Com os Amigos… ou quem sabe, Café, Amigos e Passatempo. Esse último ficou perfeito, entretanto, a forma como ficou no Brasil foi de um exagero de vomitar. Nem a Bíblia valoriza tanto assim amizade. Está parecendo o filme anterior.

113) What Dreams May Come (Que Sonhos Podem Vir) – 1998. Após morrer, médico vai ao paraíso onde revê seus falecidos filhos. Mas a esposa, ao suicidar-se, ruma para o inferno, deixando o marido desesperado. O filme vale mais pelo registro da dor do afeto perdido e menos pelos seus vários e filosóficos questionamentos que perdem a clareza – BRASIL: Amor Além da Vida. Seria interessante… seria, pois o título brasileiro deixa a entender que o médico faz uma busca incessante para tirar sua esposa do inferno. Torna-se um Drama Romântico e você chega a pensar que o filme tem pitadas de Ghost, Do Outro Lado da Vida. Longe disso. Nada a ver. É Drama sufocante mesmo. É um filme que se passa como se fosse num limbo, purgatório ou seja lá o que for. Por isso a palavra “sonho” no título original. E mais uma vez, como no filme anterior, os tradutores inventam e sai a merda que sai (desculpe o palavreado). Você espera uma coisa, vem outra.

114) Head Above Water (Cabeça Fora d’Água) – 1996. Sinopse: Loira deprimida recebe a visita de seu ex-namorado quando seu marido sai para pescar com seu melhor amigo. A situação se complica quando o amante morre e o marido retorna. Juntos, tentam ocultar o cadáver. Versão americana de filme europeu. Por ser uma cópia extremamente fiel do exemplar europeu, as lições de moral passam longe. Eletrizante mistura de Suspense com humor negro, conta apenas com três (ótimos) atores e única locação paradisíaca – O título original tem a ver com a paisagem e o fato de tudo ter se iniciado numa pescaria, além de obviamente ter o sentido figurado do título junto à trama. Mas estamos falando de Brasil, sendo assim, a pergunta que fica é: que espécie de gênero você acharia que seria esse filme só de olhar para o título brasileiro? Amor Alucinante. Eu só pensei em duas coisas: ou romance ou aventura… ou quem sabe as duas juntas… mas uma coisa é certa, nem passou perto o que realmente é: Suspense. O caso é parecido com os dois filmes anteriores.

115) The Journey of August King (A Jornada do Rei Augusto) – 1995. O título original por si só já disse tudo e sinceramente mesmo, com um título desses o filme vende. As pessoas com certeza se interessariam em assistir. Tem tudo a ver com a trama, resumindo, dispensa comentários. O problema se trata de… tradutores brasileiros. Ainda estou tentando entender o que passou na cabeça desses tradutores pra dispensar o óbvio e poetizar o título de uma forma exagerada e longe do original. BRASIL: Amor e Liberdade. Quiseram imitar William Wallace? E ainda temos uma Fuga de Nome Próprio, que neste me irrita por se tratar de um nome e mais sendo este um rei. Péssimo! 21ª Fuga.

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