877) San Francisco (San
Francisco). BRASIL: São Francisco – A Cidade do Pecado. Essa deu vontade de
rir, mas a coisa é séria. Torna-se ofensivo a ponto de se processar, sabiam?
Quando fizeram um episódio de Os Simpsons no Brasil e retrataram o país como um
lugar de criminalidade, a crítica falso moralista de muitos caíram em cima,
especialmente as autoridades brasileiras. Podem pesquisar que acham facilmente
as críticas. Consideraram aquilo como algo que denigre o país. Tal episódio
seria o mesmo se um filme brasileiro intitulado Rio de Janeiro, ganhasse o
seguinte título nos EUA: Rio de Janeiro – Cidade de Marginais. Tem diferença
para o título 4854? Tem não, viu! Os cariocas não iriam chiar? Duvido! Mesmo
que ‘pecado’ não seja algo tão pesado como ‘marginal’, mas não deixa de ser uma
afirmação categórica e errada de que São Francisco é a cidade do pecado e que
só há pessoas erradas. Ok… pecado tem em todo lugar e todo mundo comete, mas o
que importa é o peso do título. Os Simpsons não afirmaram como título, mas
ficou explícito no episódio que o RJ era uma cidade de marginais. As
autoridades brasileiras caíram em cima e sabem no que deu? Em nada. Quem é o
Brasil comparado aos “poderosos” EUA? Agora invertam a situação para ver se o
Brasil não estaria em uma séria enrascada se fosse aqui que retratassem
negativamente os “poderosos” de lá. Possa ser que os americanos tenham ficado
sabedores de como ficou o título aqui e tenham tolerado, mas o que vale é a
forma como ficou aqui. É ofensivo sim. Gosto de subtítulos inventados pelos
tradutores, mas este foi bem infeliz. Obs.:
este título já tem, por isso está 877, porque é o número real. Acrescentei mais
ao texto.
4854) Three Smart Girls (Três Garotas
Espertas). BRASIL: Três Pequenas do Barulho. E quem diria! Essa coisa de
“algumacoisadobarulho” ou coisa parecida já existia nos títulos brasileiros
desde há quase um século. E não vamos mentir de que “garotas” soa muito melhor
do que “pequenas”. Elas não eram tão pequenas assim. Eram três irmãs
adolescentes. “Pequenas” soa como se elas fossem criancinhas. Péssima escolha.
4855) Love Before Breakfeast (Amor Antes
do Café da Manhã). BRASIL: A Ceia das Donzelas. Você pode até não concordar,
mas eu gostei do título real. Já a mudança brasileira, que aparente ser
interessante, não o é para mim. Não gostei.
4856) Things to come (Coisas a Vir).
BRASIL: Daqui a Cem Anos. A escolha brasileira pode até ser sinônima, mas já
estraga logo de cara que a trama se passa cem anos após um drama mundial ter
ocorrido. Não gostei de terem já informado isso. Só vai entrar nesta lista por
esse motivo, que de certa forma nem é tão grave assim, mas principalmente por
outro motivo que revelarei após a sinopse, que faz meses que não cito mais
isso. No começo quase todos os filmes eu colocava sinopse. Vamos a ela: Daqui
a 100 anos é a adaptação cinematográfica do clássico de H. G. Wells, feito numa
época em que a aventura de produzir o futuro era tão fascinante como imaginar
esse mesmo futuro. Num passado inimaginável, o mundo enfrenta uma devastadora
guerra planetária e uma praga mundial nos anos seguintes. A Humanidade consegue
reerguer-se das cinzas, onde a tecnologia pode não ser o suficiente para
construir um novo Éden – Esse
foi o outro motivo. Ver como as pessoas imaginariam como seria o mundo 100 anos
depois. E vejam que interessante, estamos perto de um século após este filme e
muita coisa não mudou. A tecnologia avançou sim, mas não ao ponto que os
cinematográficos sempre nos fizeram pensar como seria. Se bem que, o futuro
retratado neste filme já foi de um passado também fictício, portanto, até que
salva essa visão futurista. E só pensamos em algo futurista a extremo por culpa
desses caras, senão, jamais iríamos sonhar que tivesse carros voadores, viagens
interplanetárias etc. Aliás, sequer iríamos pensar em futuro. E no final das
contas, tudo está sempre do mesmo jeito, e pelo que já deduzimos e pela lógica
mesmo, daqui a cem anos, duzentos, quinhentos etc. nada mudará. Mania besta de
imaginar um mundo utópico! Eu, hein!
4857) The Plainsman (O Homem da Planície).
BRASIL: Jornadas Heroicas.
4858) Girl of the Ozarks (A Garota dos
Ozarks). BRASIL: A Aldeia Esquecida. Ozark é uma cordilheira que abrange quatro
Estados americanos, portanto, 327ª fuga de nomes próprios em títulos de filmes
durante o século XX.
4859) After the Thin Man (Após o Homem Fino). BRASIL: A
Comédia dos Acusados. Não entendi qual é a do título original. Sentido
figurado? Qual o significado de ‘fino’? Parece fraco, mas o título brasileiro,
por mais que seja melhor, tem algo que não gosto: indicar gênero nos títulos. E
olha que ele não é somente Comédia. Até nisso os tradutores metem os pés pelas
mãos, pois também é Policial e suspense. Aí sim que não vale a pena indicar
gênero.
4860) The Girl on the Front Page (A
Garota da Frente da Capa). BRASIL: A Ditadora da Imprensa. Apesar de ser um
título fraco para o original, eu entendi o que quis dizer. Trata-se de alguém
que costuma sair em capa da revista, saiu uma vez ou então está à frente de uma
imprensa. Dito efeito. Ela é herdeira de um jornal poderoso. Já a escolha
brasileira não me agradou muito. É muito forte chamar de ditadora. Só porque é
herdeira de um jornal poderoso? Ele sequer é uma pessoa com jeito altiva.
Confiram a sinopse: a herdeira de um dono de jornal poderoso consegue um
emprego no jornal sob nome falso e ajuda a quebrar uma raquete de chantagem –
Não é ela a ditadora, os funcionários chantagistas quem são. Ela vai “limpar” o
jornal, não mandar nele como um carrasco. Perceberam a diferença?
4861) Roaming Lady (Senhora Itinerante).
BRASIL: A Caprichosa.
4862) M’Liss (M’Liss). BRASIL: 326ª
fuga.
4863) Un Mauvais Garçon (Um Menino Mau).
BRASIL: A Dupla do Barulho. Para vocês verem o como certas palavras nos
enganam. Eu podia jurar que Fosse ‘Um Garçom Maravilhoso’ kkkk. E aí estamos com
um daqueles títulos clichês. O ano é 1936, ou seja, desde quase um século atrás
já existiam as palavras-clichês nos títulos brasileiros, mais precisamente, palavras
que indiquem o gênero. Mas não é somente Comédia. Também é Drama e Musical.
4864) The Tomboy. BRASIL: A Emancipada.
Não pus tradução porque não existe. Mas o termo significa uma garota que
costuma fazer atividades de meninos. Quanto ao título brasileiro… emancipada? E
é uma cidade é? Eu, hein!
4865) The Bold Caballero (O Caballero Atrevido). BRASIL: A Marca do Zorro.
Senta aí que lá vem história (suponho que já esteja sentado). 1) ‘Caballero’ é
um substantivo que significa em espanhol ou mexicano, vejam os trocadilhos,
CAVALHEIRO. Contraditório alguém ser cavalheiro e atrevido, não acham? 2) Mas o
trocadilho está apenas começando, pois no sudoeste dos EUA, significa
CAVALEIRO. Observem que as palavras são diferentes, mas por uma incrível e
feliz coincidência no Brasil, sem dúvida nenhuma coincidiu para que as palavras
fossem PARÔNIMAS. 3) Daí, a coisa ficou mais interessante ainda, pois o filme é
de Zorro, o que tanto combina cavalheiro (pois ele o é com as damas), como com
o que ele é, cavaleiro. Não sei qual o real significado para a palavra, já que
até o Google Tradutor não traduziu a palavra ‘caballero’, mas que pareceu se
encaixar surpreendentemente com tudo, foi de uma sorte incrível. Mas agora
vamos falar da mudança brasileira… 4) ficou bem melhor o que os tradutores
fizeram. Às vezes fica melhor um título ser diferente do que o nome do personagem,
como por exemplo, O Cavaleiro das Trevas, se referindo ao Batman. Mas neste
caso não ficou bom uma referência para Zorro, quando sequer imaginaríamos se
tratar dele. Era melhor mesmo fazer o que os tradutores fizeram, apontando o
nome do personagem e ainda por cima com um acréscimo “a marca”. Enfim, tudo se
encaixou interessante para este 4865, até mesmo o título real e suas possíveis
traduções para nós. Este vou separar na lista de piores, mas fora da tabela, ou
seja, não como pior, mas pela curiosa construção do título.
4866)
¿Quién me quiere a mí? (Quem Me Ama?).
BRASIL: A Menina Raptada. Apesar de o filme ser Drama, assim que vi o título
brasileiro, percebi que não condizia com a capa do filme, em que há uma
garotinha bem meiga com jeito encantador. Somente pela capa dá para deduzir que
não existe rapto na trama, pois parece amável demais para uma capa de filme de
rapto. Quando recorri ao Google Tradutor, aí sim, combinava menos ainda com
sequestro. Pelo título real mais parece haver disputa pela guarda de criança ou
mesmo, disputa nenhuma, pois ninguém a quer. Até a capa deixa claro que ela
pede pela atenção de alguém com um jeito bem meigo. Tentei achar algo que
falasse sobre o filme e só achei em um site,
quando diz que antes das disputas dos pais, a garotinha fica na espera que
alguém a adote. Pois é, de todas as formas NÃO HÁ rapto algum no filme.
Parabéns, tradutores, vocês sempre se superam.
4867) Fräulein Lilli (Fräulein Lilli).
BRASIL: A Pequena Endiabrada. 327ª fuga.
4868) One in a Million (Um em um
Milhão). BRASIL: A Rainha do Patim. Devido esses dois títulos, tive que
procurar informações sobre a trama para entender. Pior é que achei, mas não
ficou bem esclarecido se é baseado em uma história real. Também não obtive a
resposta para a minha dúvida, então, restou-me interpretar segundo os dois
títulos. Segundo o título real, tudo indica que uma mulher conseguiu ser a
melhor patinadora do mundo dentre milhares que disputavam um dia chegar lá. Por
esse lado o título original é bom. A escolha brasileira praticamente confirma
esse pensamento, mas os títulos são diferentes.
4869) Klondike Annie (Klondike Annie).
BRASIL: A Sereia do Alaska. Não tenho certeza se esse ‘Klondike’ seja um nome
próprio. O Google Tradutor desconhece a palavra. Mas Annie sim, é nome de
protagonista. 328ª fuga.
4870) The Case Against Mrs. Ames (O Caso
contra Sra. Ames). BRASIL: A Sombra de Pecado. 329ª fuga de nomes próprios nos
títulos do século XX. Prefiro o título real, pois nos leva a pensar em mistério
e suspense. Não fica claro se foi um crime cometido ou alguma coisa acusação
não precisamente sobre assassinato, mas o que importa é que um tipo de título
que já nos levar a querer desvendar algo ou saber se é inocente ou culpado, ou
possa nem ser que tenha a ver com algo assim, mas que nos leva ao interesse, à
curiosidade. À sombra de pecado pode ser qualquer coisa, mas nem sequer ligamos
à mistério. Mais parece Drama. Por falar nisso… escreveram certo? Conhecemos
muito bem a expressão “à sombra de alguma coisa”. Do jeito que está no título
brasileiro esse “a” é artigo, o que aponta literalmente que é uma sombra, não
um sentido figurado. Além do mais, se for literalmente a sombra do pecado, como
eu mesmo digitei, é DO, não DE. Outro “aliás”… mesmo que seja a expressão,
provavelmente seria “à sombra do” ou “da”. Vocês acham isso insignificante? Eu
não, pois crase ou não, preposição simples ou somado com artigo, muda muito o
sentido do que quis dizer no título. Como já percebemos em outros títulos que
os tradutores não são bons no português, isso me faz sim deduzir que este
título possa estar errado, pois mesmo que seja esse mesmo o título que os
tradutores quiseram passar, está um pouco fora de construção das normas
coerentes do português. Para vocês verem o como um título não muito coerente
pode deixar confuso. Estão vendo o como é importante ter um bom português para
evitar múltiplos sentidos? Mesmo em um título de filme.
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