terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Filme 4854 a 4870. INICIANDO 1936.


877) San Francisco (San Francisco). BRASIL: São Francisco – A Cidade do Pecado. Essa deu vontade de rir, mas a coisa é séria. Torna-se ofensivo a ponto de se processar, sabiam? Quando fizeram um episódio de Os Simpsons no Brasil e retrataram o país como um lugar de criminalidade, a crítica falso moralista de muitos caíram em cima, especialmente as autoridades brasileiras. Podem pesquisar que acham facilmente as críticas. Consideraram aquilo como algo que denigre o país. Tal episódio seria o mesmo se um filme brasileiro intitulado Rio de Janeiro, ganhasse o seguinte título nos EUA: Rio de Janeiro – Cidade de Marginais. Tem diferença para o título 4854? Tem não, viu! Os cariocas não iriam chiar? Duvido! Mesmo que ‘pecado’ não seja algo tão pesado como ‘marginal’, mas não deixa de ser uma afirmação categórica e errada de que São Francisco é a cidade do pecado e que só há pessoas erradas. Ok… pecado tem em todo lugar e todo mundo comete, mas o que importa é o peso do título. Os Simpsons não afirmaram como título, mas ficou explícito no episódio que o RJ era uma cidade de marginais. As autoridades brasileiras caíram em cima e sabem no que deu? Em nada. Quem é o Brasil comparado aos “poderosos” EUA? Agora invertam a situação para ver se o Brasil não estaria em uma séria enrascada se fosse aqui que retratassem negativamente os “poderosos” de lá. Possa ser que os americanos tenham ficado sabedores de como ficou o título aqui e tenham tolerado, mas o que vale é a forma como ficou aqui. É ofensivo sim. Gosto de subtítulos inventados pelos tradutores, mas este foi bem infeliz. Obs.: este título já tem, por isso está 877, porque é o número real. Acrescentei mais ao texto.

4854) Three Smart Girls (Três Garotas Espertas). BRASIL: Três Pequenas do Barulho. E quem diria! Essa coisa de “algumacoisadobarulho” ou coisa parecida já existia nos títulos brasileiros desde há quase um século. E não vamos mentir de que “garotas” soa muito melhor do que “pequenas”. Elas não eram tão pequenas assim. Eram três irmãs adolescentes. “Pequenas” soa como se elas fossem criancinhas. Péssima escolha.

4855) Love Before Breakfeast (Amor Antes do Café da Manhã). BRASIL: A Ceia das Donzelas. Você pode até não concordar, mas eu gostei do título real. Já a mudança brasileira, que aparente ser interessante, não o é para mim. Não gostei.

4856) Things to come (Coisas a Vir). BRASIL: Daqui a Cem Anos. A escolha brasileira pode até ser sinônima, mas já estraga logo de cara que a trama se passa cem anos após um drama mundial ter ocorrido. Não gostei de terem já informado isso. Só vai entrar nesta lista por esse motivo, que de certa forma nem é tão grave assim, mas principalmente por outro motivo que revelarei após a sinopse, que faz meses que não cito mais isso. No começo quase todos os filmes eu colocava sinopse. Vamos a ela: Daqui a 100 anos é a adaptação cinematográfica do clássico de H. G. Wells, feito numa época em que a aventura de produzir o futuro era tão fascinante como imaginar esse mesmo futuro. Num passado inimaginável, o mundo enfrenta uma devastadora guerra planetária e uma praga mundial nos anos seguintes. A Humanidade consegue reerguer-se das cinzas, onde a tecnologia pode não ser o suficiente para construir um novo Éden – Esse foi o outro motivo. Ver como as pessoas imaginariam como seria o mundo 100 anos depois. E vejam que interessante, estamos perto de um século após este filme e muita coisa não mudou. A tecnologia avançou sim, mas não ao ponto que os cinematográficos sempre nos fizeram pensar como seria. Se bem que, o futuro retratado neste filme já foi de um passado também fictício, portanto, até que salva essa visão futurista. E só pensamos em algo futurista a extremo por culpa desses caras, senão, jamais iríamos sonhar que tivesse carros voadores, viagens interplanetárias etc. Aliás, sequer iríamos pensar em futuro. E no final das contas, tudo está sempre do mesmo jeito, e pelo que já deduzimos e pela lógica mesmo, daqui a cem anos, duzentos, quinhentos etc. nada mudará. Mania besta de imaginar um mundo utópico! Eu, hein!

4857) The Plainsman (O Homem da Planície). BRASIL: Jornadas Heroicas.

4858) Girl of the Ozarks (A Garota dos Ozarks). BRASIL: A Aldeia Esquecida. Ozark é uma cordilheira que abrange quatro Estados americanos, portanto, 327ª fuga de nomes próprios em títulos de filmes durante o século XX.

4859) After the Thin Man (Após o Homem Fino). BRASIL: A Comédia dos Acusados. Não entendi qual é a do título original. Sentido figurado? Qual o significado de ‘fino’? Parece fraco, mas o título brasileiro, por mais que seja melhor, tem algo que não gosto: indicar gênero nos títulos. E olha que ele não é somente Comédia. Até nisso os tradutores metem os pés pelas mãos, pois também é Policial e suspense. Aí sim que não vale a pena indicar gênero.

4860) The Girl on the Front Page (A Garota da Frente da Capa). BRASIL: A Ditadora da Imprensa. Apesar de ser um título fraco para o original, eu entendi o que quis dizer. Trata-se de alguém que costuma sair em capa da revista, saiu uma vez ou então está à frente de uma imprensa. Dito efeito. Ela é herdeira de um jornal poderoso. Já a escolha brasileira não me agradou muito. É muito forte chamar de ditadora. Só porque é herdeira de um jornal poderoso? Ele sequer é uma pessoa com jeito altiva. Confiram a sinopse: a herdeira de um dono de jornal poderoso consegue um emprego no jornal sob nome falso e ajuda a quebrar uma raquete de chantagem – Não é ela a ditadora, os funcionários chantagistas quem são. Ela vai “limpar” o jornal, não mandar nele como um carrasco. Perceberam a diferença?

4861) Roaming Lady (Senhora Itinerante). BRASIL: A Caprichosa.

4862) M’Liss (M’Liss). BRASIL: 326ª fuga.

4863) Un Mauvais Garçon (Um Menino Mau). BRASIL: A Dupla do Barulho. Para vocês verem o como certas palavras nos enganam. Eu podia jurar que Fosse ‘Um Garçom Maravilhoso’ kkkk. E aí estamos com um daqueles títulos clichês. O ano é 1936, ou seja, desde quase um século atrás já existiam as palavras-clichês nos títulos brasileiros, mais precisamente, palavras que indiquem o gênero. Mas não é somente Comédia. Também é Drama e Musical.

4864) The Tomboy. BRASIL: A Emancipada. Não pus tradução porque não existe. Mas o termo significa uma garota que costuma fazer atividades de meninos. Quanto ao título brasileiro… emancipada? E é uma cidade é? Eu, hein!

4865) The Bold Caballero (O Caballero Atrevido). BRASIL: A Marca do Zorro. Senta aí que lá vem história (suponho que já esteja sentado). 1) ‘Caballero’ é um substantivo que significa em espanhol ou mexicano, vejam os trocadilhos, CAVALHEIRO. Contraditório alguém ser cavalheiro e atrevido, não acham? 2) Mas o trocadilho está apenas começando, pois no sudoeste dos EUA, significa CAVALEIRO. Observem que as palavras são diferentes, mas por uma incrível e feliz coincidência no Brasil, sem dúvida nenhuma coincidiu para que as palavras fossem PARÔNIMAS. 3) Daí, a coisa ficou mais interessante ainda, pois o filme é de Zorro, o que tanto combina cavalheiro (pois ele o é com as damas), como com o que ele é, cavaleiro. Não sei qual o real significado para a palavra, já que até o Google Tradutor não traduziu a palavra ‘caballero’, mas que pareceu se encaixar surpreendentemente com tudo, foi de uma sorte incrível. Mas agora vamos falar da mudança brasileira… 4) ficou bem melhor o que os tradutores fizeram. Às vezes fica melhor um título ser diferente do que o nome do personagem, como por exemplo, O Cavaleiro das Trevas, se referindo ao Batman. Mas neste caso não ficou bom uma referência para Zorro, quando sequer imaginaríamos se tratar dele. Era melhor mesmo fazer o que os tradutores fizeram, apontando o nome do personagem e ainda por cima com um acréscimo “a marca”. Enfim, tudo se encaixou interessante para este 4865, até mesmo o título real e suas possíveis traduções para nós. Este vou separar na lista de piores, mas fora da tabela, ou seja, não como pior, mas pela curiosa construção do título.

4866) ¿Quién me quiere a mí?  (Quem Me Ama?). BRASIL: A Menina Raptada. Apesar de o filme ser Drama, assim que vi o título brasileiro, percebi que não condizia com a capa do filme, em que há uma garotinha bem meiga com jeito encantador. Somente pela capa dá para deduzir que não existe rapto na trama, pois parece amável demais para uma capa de filme de rapto. Quando recorri ao Google Tradutor, aí sim, combinava menos ainda com sequestro. Pelo título real mais parece haver disputa pela guarda de criança ou mesmo, disputa nenhuma, pois ninguém a quer. Até a capa deixa claro que ela pede pela atenção de alguém com um jeito bem meigo. Tentei achar algo que falasse sobre o filme e só achei em um site, quando diz que antes das disputas dos pais, a garotinha fica na espera que alguém a adote. Pois é, de todas as formas NÃO HÁ rapto algum no filme. Parabéns, tradutores, vocês sempre se superam.


4867) Fräulein Lilli (Fräulein Lilli). BRASIL: A Pequena Endiabrada. 327ª fuga.

4868) One in a Million (Um em um Milhão). BRASIL: A Rainha do Patim. Devido esses dois títulos, tive que procurar informações sobre a trama para entender. Pior é que achei, mas não ficou bem esclarecido se é baseado em uma história real. Também não obtive a resposta para a minha dúvida, então, restou-me interpretar segundo os dois títulos. Segundo o título real, tudo indica que uma mulher conseguiu ser a melhor patinadora do mundo dentre milhares que disputavam um dia chegar lá. Por esse lado o título original é bom. A escolha brasileira praticamente confirma esse pensamento, mas os títulos são diferentes.

4869) Klondike Annie (Klondike Annie). BRASIL: A Sereia do Alaska. Não tenho certeza se esse ‘Klondike’ seja um nome próprio. O Google Tradutor desconhece a palavra. Mas Annie sim, é nome de protagonista. 328ª fuga.

4870) The Case Against Mrs. Ames (O Caso contra Sra. Ames). BRASIL: A Sombra de Pecado. 329ª fuga de nomes próprios nos títulos do século XX. Prefiro o título real, pois nos leva a pensar em mistério e suspense. Não fica claro se foi um crime cometido ou alguma coisa acusação não precisamente sobre assassinato, mas o que importa é que um tipo de título que já nos levar a querer desvendar algo ou saber se é inocente ou culpado, ou possa nem ser que tenha a ver com algo assim, mas que nos leva ao interesse, à curiosidade. À sombra de pecado pode ser qualquer coisa, mas nem sequer ligamos à mistério. Mais parece Drama. Por falar nisso… escreveram certo? Conhecemos muito bem a expressão “à sombra de alguma coisa”. Do jeito que está no título brasileiro esse “a” é artigo, o que aponta literalmente que é uma sombra, não um sentido figurado. Além do mais, se for literalmente a sombra do pecado, como eu mesmo digitei, é DO, não DE. Outro “aliás”… mesmo que seja a expressão, provavelmente seria “à sombra do” ou “da”. Vocês acham isso insignificante? Eu não, pois crase ou não, preposição simples ou somado com artigo, muda muito o sentido do que quis dizer no título. Como já percebemos em outros títulos que os tradutores não são bons no português, isso me faz sim deduzir que este título possa estar errado, pois mesmo que seja esse mesmo o título que os tradutores quiseram passar, está um pouco fora de construção das normas coerentes do português. Para vocês verem o como um título não muito coerente pode deixar confuso. Estão vendo o como é importante ter um bom português para evitar múltiplos sentidos? Mesmo em um título de filme.

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